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Piramidologia

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Charles Piazzi Smyth: Geometria das passagens da Grande Pirâmide de Gizé

Piramidologia é um termo usado para se referir a fenômenos e informações pseudocientíficos relacionados a pirâmides. Na maioria das vezes aborda estudos sobre a Grande Pirâmide de Gizé, no Egito. Entretanto, a Piramidologia é considerada como especulação sem base científica pela academia, que considera tais hipóteses como sensacionalistas, imprecisas ou totalmente deficientes em análises empíricas e aplicações do método científico.[1]

Entre as supostas propriedades metafísicas das pirâmidas estão a capacidade de preservar alimentos,[2] afiar ou manter o fio das lâminas de barbear,[3] melhorar a saúde,[4] funcionar "como uma incubadora de formas de pensamento",[5] desencadear impulsos sexuais[6] e causar outros efeitos.

Não há evidências científicas que suportem essas ideias.[7][8][9]

Os primeiros estudos piramidológicos surgiram por volta do século XIX, consistindo pesquisas do escritor John Taylor e de Charles Piazzi Smyth, um astrônomo da Royal Society. Smith acreditava que a Grande Pirâmide de Gizé era uma espécie de calendário repleto de profecias e que as medidas de suas passagens revelavam períodos cronológicos, conforme descrito pelo seu livro: "Our Inheritance in the Great Pyramid" (Nossa Herança na Grande Pirâmide) publicado em 1864.[10]

Ainda no século XIX, as conclusões de Charles Piazzi Smyth sobre a Grande Pirâmide de Gizé serviram de base para estudos de grupos religiosos remanescentes do Millerismo, em especial grupos do chamado Segundo Adventismo e dos Estudantes da Bíblia. Para estes movimentos cristãos, a Grande Pirâmide era a "coluna de Deus" descrita no livro bíblico de Isaías 19:19-20, e as medidas de suas passagens confirmariam cronologias bíblicas.[11] O originador do movimento dos Estudantes da Bíblia, Charles Taze Russell, publicou uma série de livros intitulada "Studies in the Scriptures" (Estudos das Escrituras) onde fez diversas referências à Grande Pirâmide e seu propósito no plano Divino.[12]

Os irmãos John Edgar e Morton Edgar (cientistas e também membros do movimento dos Estudantes da Bíblia, além de associados pessoais de Charles Taze Russell) escreveram tratados extensos sobre a história, a natureza e a simbologia profética da Grande Pirâmide, em relação à história e arqueologia, junto com suas interpretações de cronologias proféticas e bíblicas. A fim de confirmarem a obra de Charles T. Russell, os irmãos Edgar viajaram para o Egito em 1906 para estudar as medidas da Grande Pirâmide. Como resultado, publicaram um trabalho extenso e altamente detalhado intitulado: "Great Pyramid Passages e Chambers", publicado originalmente em 1910, 1913 e expandido em 1923.[13][14] Ainda hoje os livros dos irmãos Edgar são de interesse para pesquisadores egiptólogos, pois eles fizeram numerosas fotografias em preto e branco da Grande Pirâmide antes dos processos de limpeza e restauração moderna no monumento, o que eliminou muitas características e detalhes que apenas os irmãos Edgar registraram com boa qualidade.[15]

Em 2010 surge o filme “A revelação das pirâmides”, documentário baseado no livro homônimo de Jacques Grimault, que propõe uma teoria que liga as pirâmides a vários monumentos antigos, da China ao Peru, do Egito. para o México.[16]

Textos piramidológicos

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Os principais textos piramidológicos incluem os seguintes aspectos:

  • Teorias arqueológicas, sugerindo que algumas das Pirâmides do Egito não foram construídas para servir como tumbas e dando explicações alternativas sobre sua construção, como por exemplo a levitação dos blocos de pedra, supondo que tecnologia de seres extraterrestres, visitantes do futuro ou de outras dimensões teria auxiliado a construção dos monumentos.
  • Teorias Oraculares tomando como referência as medidas internas da Grande Pirâmide de Gizé, cujas dimensões seriam mensagens codificadas que revelariam eventos históricos futuros (em relação à data de construção da pirâmide).
  • Teorias Energéticas, baseadas na intensiva reprodução de experimentos com modelos geométricos de pirâmides[17][18][19][20][21][22][23][24] tendo como resposta a identificação de fenômenos como a mumificação de corpos colocados sob os modelos, a aceleração do crescimento de vegetais, o aumento da taxa de fertilidade de sementes, benefícios à saúde humana e não humana dentre diversos outros fenômenos, alguns deles tidos como negativos, como a aceleração da putrefação.

Referências

  1. Martin Gardner, Fads and Fallacies in the Name of Science, Dover, 1957; a reprint of In the Name of Science, G. P. Putnam's Sons, 1952
  2. Bovis, Antoine. «Excerpt from Exposé de M.A. Bovis au Congrès International de Radiotellerie à Nice»  (Nice: Bovis, c. 1935). Translation by Jean-Paul Buquet. Skeptic.com. Retrieved November 24, 2008.
  3. Drbal, Karel. Patenti Spis c. 91304. (Prague: 1959).
  4. "some people report having been 'so energized that they could not cope with the dynamo effects they experienced'" Toth, Max, and Greg Nielson. Pyramid Power. (New York: Warner Destiny, 1976). 165.
  5. Toth, Max, and Greg Nielson. Pyramid Power. (New York: Warner Destiny, 1976). 177.
  6. De Mattia, Joan Ann. "Enjoying the Fruits of Pyramid Energy." Pyramid Power, edited by Max Toth and Greg Nielson. (New York: Warner Destiny, 1976). 198.
  7. Linse, Pat. (2002). Pyramids: The Mystery of Their Origins. In Michael Shermer. The Skeptic Encyclopedia of Pseudoscience. ABC-CLIO. pp. 397-412. ISBN 1-57607-654-7 "If pyramid power really existed it would be wonderful indeed... But no scientific tests to date have managed to detect it."
  8. Neher, Andrew. (2011). Paranormal and Transcendental Experience: A Psychological Examination. Dover Publications. pp. 262-264. ISBN 0-486-26167-0 "There is no satisfactory evidence to support the theory of pyramid power. Although the pyramids are impressive structures, their particular construction—their shape and geographical orientation—does not seem to be capable of altering fundamental physical processes."
  9. Nickell, Joe. (2004). The Mystery Chronicles: More Real-Life X-Files. University Press of Kentucky. pp. 200-206. ISBN 0-8131-2318-6
  10. Charles Piazzi Smyth (1870). Our Inheritance In The Great Pyramid (em inglês). [S.l.]: London: Henry Greenwood 
  11. Charles Taze Russell (1890). Thy Kingdom Come. [S.l.]: Watchtower Bible & Tract Society. pp. 309–376 
  12. Charles Taze Russell (1886). The Divine Plan of The Ages - As Shown in The Great Pyramid (em inglês). [S.l.]: Watchtower Bible & Tract Society 
  13. John and Morton Edgar (1913). Great Pyramid Passages, Vol 2 (PDF) (em inglês). [S.l.: s.n.] Consultado em 2 de outubro de 2010. Arquivado do original (PDF) em 28 de setembro de 2007 
  14. Morton Edgar (1924). The Great Pyramid: Its Symbolism, Science and Prophecy (PDF) (em inglês). [S.l.: s.n.] p. 119 
  15. Edgar Brothers Arquivado em 18 de julho de 2010, no Wayback Machine.. "The main interest of the book today are the numerous black and white photographs which record features of the Great Pyramid before the modern cleaning and restoration which has masked many features that the brothers recorded."
  16. «Documental: La revelación de las pirámides». ELMUNDO (em espanhol). Consultado em 5 de novembro de 2023 
  17. A Força da Vida nas Grandes Pirâmides - ISBN 8501027086
  18. A Energia das Pirâmides Beneficia o Homem, LCTE
  19. A Energia da Forma, Aquarius
  20. Os Segredos da Energia das Pirâmides
  21. O Poder Psíquico das Pirâmides
  22. O Poder das Pirâmides
  23. O Poder Secreto das Pirâmides
  24. A Força das Pirâmides


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