Afonso XII de Espanha: diferenças entre revisões
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Entre os seus preceptores encontravam-se o general [[Álvarez Osorio]] e o arcebispo de Burgos, este último eleito pela rainha Isabel, após consulta com o |
Entre os seus preceptores encontravam-se o general [[Álvarez Osorio]] e o [[Fernando de la Puente y Primo de Rivera|arcebispo de Burgos]], este último eleito pela rainha Isabel, após consulta com o [[Papa Pio IX]]. Em [[1868]], sendo ainda uma criança, a rainha é destronada pela [[Revolução de 1868]], "La Gloriosa", obrigando a família real a partir para o exílio. A saída da Europa do novo príncipe implicou a experiência de se encontrar com outros sistemas políticos como o francês, o austríaco e o britânico. |
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Seu primeiro centro exterior foi o colégio Stanislas em [[Paris]], cidade na qual se instalou a família real. A [[29 de Setembro]] de [[1869]], a família muda-se transitoriamente para [[Genebra]], onde além de receber aulas particulares, frequenta a academia pública da cidade. Para dar continuidade à sua educação é eleita a Academia Real e Imperial Teresiana de [[Viena]]. Por último frequenta a [[Real Academia de Sandhurst|Academia militar de Sandhurst]] em [[Inglaterra]]. Neste país o futuro rei conheceu o constitucionalismo real inglês. Da correspondência de Afonso com a rainha durante todas as suas estadas nos diferentes colégios e academias, põe-se em evidência a relativa estreiteza econômica em que se movimentava a família real nesses anos. |
Seu primeiro centro exterior foi o colégio Stanislas em [[Paris]], cidade na qual se instalou a família real. A [[29 de Setembro]] de [[1869]], a família muda-se transitoriamente para [[Genebra]], onde além de receber aulas particulares, frequenta a academia pública da cidade. Para dar continuidade à sua educação é eleita a Academia Real e Imperial Teresiana de [[Viena]]. Por último frequenta a [[Real Academia de Sandhurst|Academia militar de Sandhurst]] em [[Inglaterra]]. Neste país o futuro rei conheceu o constitucionalismo real inglês. Da correspondência de Afonso com a rainha durante todas as suas estadas nos diferentes colégios e academias, põe-se em evidência a relativa estreiteza econômica em que se movimentava a família real nesses anos. |
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Edição atual tal como às 23h37min de 14 de outubro de 2024
Afonso XII | |
---|---|
Rei da Espanha | |
Rei da Espanha | |
Reinado | 28 de dezembro de 1874 a 25 de novembro de 1885 |
Antecessor(a) | Amadeu I (Deposto em 1873) |
Sucessor(a) | Afonso XIII (Sob uma regência) |
Nascimento | 28 de novembro de 1857 |
Madrid, Espanha | |
Morte | 25 de novembro de 1885 (27 anos) |
Madrid, Espanha | |
Sepultado em | São Lourenço de El Escorial, El Escorial, Espanha |
Nome completo | |
Alfonso Francisco de Asís Fernando Pío Juan María de la Concepción Gregorio Pelayo de Borbón y Borbón | |
Esposas | Mercedes de Orléans (1878–1878) Maria Cristina da Áustria (1879–1885) |
Descendência | Mercedes, Princesa das Astúrias Maria Teresa de Espanha Afonso XIII de Espanha |
Casa | Bourbon |
Pai | Francisco, Duque de Cádis |
Mãe | Isabel II de Espanha |
Religião | Catolicismo |
Assinatura | |
Brasão |
Afonso XII (Madrid, 28 de novembro de 1857 – Madrid, 25 de novembro de 1885), apelidado de "o Pacificador",[1] foi Rei da Espanha de 1874 até sua morte, tendo subido ao trono após um golpe de estado que restaurou a monarquia e encerrou a Primeira República Espanhola.
Era filho da rainha Isabel II e seu marido Francisco, Duque de Cádis. Afonso foi forçado a ir para o exílio ainda criança depois da Revolução de 1868, que depôs sua mãe. Estudou na Áustria e na França. Isabel abdicou formalmente a seu favor em 1870 e ele voltou para a Espanha em 1874 como seu rei. Afonso morreu de tuberculose aos 27 anos de idade e foi sucedido por seu filho ainda não nascido, que se tornou o rei Afonso XIII ao nascer no ano seguinte.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Primeiros anos
[editar | editar código-fonte]Nasceu no Palácio Real de Madrid a 28 de Novembro de 1857, era filho da rainha Isabel II de Espanha e do seu marido e primo, Francisco, Duque de Cádis. O marido de Isabel II era conhecido por sua impotência e homossexualidade[2][3] e muitos historiadores atribuem a paternidade de Afonso XII a um dos amantes da rainha, o capitão Enrique Puigmoltó y Mayans.[4][5] Afonso XII era até mesmo conhecido como o "Puigmoltejo".[6][7]
Entre os seus preceptores encontravam-se o general Álvarez Osorio e o arcebispo de Burgos, este último eleito pela rainha Isabel, após consulta com o Papa Pio IX. Em 1868, sendo ainda uma criança, a rainha é destronada pela Revolução de 1868, "La Gloriosa", obrigando a família real a partir para o exílio. A saída da Europa do novo príncipe implicou a experiência de se encontrar com outros sistemas políticos como o francês, o austríaco e o britânico.
Seu primeiro centro exterior foi o colégio Stanislas em Paris, cidade na qual se instalou a família real. A 29 de Setembro de 1869, a família muda-se transitoriamente para Genebra, onde além de receber aulas particulares, frequenta a academia pública da cidade. Para dar continuidade à sua educação é eleita a Academia Real e Imperial Teresiana de Viena. Por último frequenta a Academia militar de Sandhurst em Inglaterra. Neste país o futuro rei conheceu o constitucionalismo real inglês. Da correspondência de Afonso com a rainha durante todas as suas estadas nos diferentes colégios e academias, põe-se em evidência a relativa estreiteza econômica em que se movimentava a família real nesses anos.
A 25 de Junho de 1870, sua mãe, a rainha, abdica os seus direitos dinásticos, num documento assinado em Paris, em favor do seu filho Afonso.
Enquanto isso, em Espanha sucediam-se diferentes formas de governo: Governo Provisório (1868–1870), monarquia democrática de Amadeu I (1871–1873) e a I República (1873–1874). Esta foi liquidada no mês de Janeiro pelo golpe de Estado do general Pavia, e abriu-se um segundo período de Governos provisórios. Durante esta etapa histórica —o Sexênio Revolucionário—, a causa afonsina esteve representada nas Cortes por Antonio Cánovas del Castillo.
Acesso à coroa
[editar | editar código-fonte]A 1 de Dezembro de 1874, Afonso publicou o Manifesto de Sandhurst, apresentando-se aos espanhóis como um príncipe católico, espanhol, constitucional, liberal e desejoso de servir à nação.
A 29 de Dezembro de 1874 produziu-se a restauração da monarquia, ao dar o general Arsenio Martínez-Campos um golpe de estado em Sagunto (Valência) em favor do acesso ao trono do príncipe Afonso. Naquele momento, o Chefe de Estado era o general Serrano. O Chefe de Governo era Sagasta. Em Janeiro de 1875 chegou à Espanha e foi proclamado rei ante as Cortes Generales.
Reinado
[editar | editar código-fonte]O seu reinado consistiu principalmente em consolidar a monarquia e a estabilidade institucional, reparando os danos que as lutas internas dos anos do chamado Sexênio Revolucionário deixaram, ganhando a alcunha de «o Pacificador». Foi aprovada a nova Constituição de 1876 e durante esse mesmo ano terminou a guerra carlista, dirigida pelo pretendente Carlos VII (o próprio monarca esteve presente no campo de batalha para presenciar o seu final). Os foros Bascos e Navarros foram reduzidos e conseguiu-se que cessassem, transitoriamente, as hostilidades em Cuba com a assinatura da Paz de Zanjón.
Afonso XII realizou, em 1883, uma visita oficial à Bélgica, Áustria, Alemanha e França. Na Alemanha aceitou a sua nomeação como coronel de honra de um regimento da guarnição de Alsácia, território conquistado pelos alemães e cuja soberania reclamava França. Este facto deu lugar a uma recepção hostil ao monarca espanhol por parte da população de Paris durante a sua visita oficial a França.
A Alemanha tentou ocupar as ilhas Carolinas, naquele momento debaixo do domínio espanhol, provocando um incidente entre os dois países que terminou em favor da Espanha com a assinatura de um acordo hispano-alemão em 1885. Nesse mesmo ano desencadeou-se um surto de cólera em Aranjuez. O monarca, sem contar com a aprovação do governo, visitou os enfermos, gesto que foi apreciado pela população. Pouco tempo depois, a 25 de Novembro, Afonso XII faleceu de tuberculose no Palacio Real de El Pardo, em Madrid.
Casou-se em primeiras núpcias com Mercedes de Orleães e depois com a arquiduquesa Maria Cristina da Áustria, de quem teve três filhos.
Quando morreu, sua mulher encontrava-se grávida e foi nomeada regente até ao nascimento de seu filho, Afonso XIII.
Filhos
[editar | editar código-fonte]1.º casamento
[editar | editar código-fonte]O primeiro casamento foi no dia 23 de janeiro de 1878 com a sua prima Maria das Mercedes de Orleães, filha dos duques de Montpensier que faleceu de tifo meses depois. Não houve filhos desta união.
2.º casamento
[editar | editar código-fonte]O segundo casamento foi no dia 29 de novembro de 1879 com María Cristina de Habsburgo-Lorena, prima segunda do imperador Francisco José I da Áustria com quem teve 3 (três) filhos:
- Maria Mercedes (1880-1904)
- Maria Teresa (1882-1912)
- Afonso XIII (1886-1941)
União fora do casamento
[editar | editar código-fonte]Fora de sua prole legítima, Afonso XII deixou, ao menos, 2 (dois) filhos ilegítimos com a contralto Elena Sanz. Estes filhos não possuíam direito algum ao trono espanhol. São eles:
- Afonso (1880-1970)
- Fernando (1881-1922)
Árvore genealógica
[editar | editar código-fonte]16. Carlos III da Espanha | ||||||||||||||||
8. Carlos IV da Espanha | ||||||||||||||||
17. Maria Amália da Saxônia | ||||||||||||||||
4. Francisco de Paula da Espanha | ||||||||||||||||
18. Felipe I de Parma | ||||||||||||||||
9. Maria Luísa de Parma | ||||||||||||||||
19. Luísa Isabel da França | ||||||||||||||||
2. Francisco de Assis, Duque de Cádis | ||||||||||||||||
20. Fernando I das Duas Sicílias | ||||||||||||||||
10. Francisco I das Duas Sicílias | ||||||||||||||||
21. Maria Carolina da Áustria | ||||||||||||||||
5. Luísa Carlota das Duas Sicílias | ||||||||||||||||
22. Carlos IV da Espanha (= 8, 12) | ||||||||||||||||
11. Maria Isabel da Espanha | ||||||||||||||||
23. Maria Luísa de Parma (= 9, 13) | ||||||||||||||||
1. Afonso XII da Espanha | ||||||||||||||||
24. Carlos III da Espanha (= 16) | ||||||||||||||||
12. Carlos IV da Espanha (= 8) | ||||||||||||||||
25. Maria Amália da Saxônia (= 17) | ||||||||||||||||
6. Fernando VII da Espanha | ||||||||||||||||
26. Felipe I de Parma (= 18) | ||||||||||||||||
13. Maria Luísa de Parma (= 9) | ||||||||||||||||
27. Luísa Isabel da França (= 19) | ||||||||||||||||
3. Isabel II da Espanha | ||||||||||||||||
28. Fernando I das Duas Sicílias (= 20) | ||||||||||||||||
14. Francisco I das Duas Sicílias (= 10) | ||||||||||||||||
29. Maria Carolina da Áustria (= 21) | ||||||||||||||||
7. Maria Cristina das Duas Sicílias | ||||||||||||||||
30. Carlos IV da Espanha (= 8, 12, 22) | ||||||||||||||||
15. Maria Isabel da Espanha (= 11) | ||||||||||||||||
31. Maria Luísa de Parma (= 9, 13, 23) | ||||||||||||||||
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Fernández Sirvent, Rafael (2011). «Biografía de Alfonso XII de Borbón (1875-1885)». Alicante: Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes
- ↑ Burdiel, 1998, p. 203.
- ↑ Vilches, 2006, pp. 769-788.
- ↑ Bernecker, Walther L.; Collado-Seidel, Carlos; Hoser, Paul; Los reyes de España: dieciocho retratos históricos desde los Reyes Católicos hasta la actualidad. Siglo XXI de España Editores, 1999
- ↑ Fontana, Josep (2007). La época del liberalismo. Vol. 6 de la Historia de España, dirigida por Josep Fontana y Ramón Villares. Barcelona: Crítica/Marcial Pons. p. 297. ISBN 978-84-8432-876-6.
- ↑ Zavala, José María. La maldición de los Borbones: De la locura de Felipe V a la encrucijada de Felipe VI. Penguin Random House Grupo Editorial España. ISBN 9788401346675.
- ↑ Burgo Tajadura, 2008, p. 242.
Fontes
[editar | editar código-fonte]- M. Espadas, C. Seco e F. Villacorta, Alfonso XII y su época, Cuadernos de Historia 16, ISBN 84-85229-77-0
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Biografia de Afonso XII (Biblioteca Cervantes)» (em espanhol)
Afonso XII de Espanha Casa de Bourbon Ramo da Casa de Capeto 28 de novembro de 1857 – 25 de novembro de 1885 | ||
---|---|---|
Primeira República Espanhola | Rei da Espanha 28 de dezembro de 1874 – 25 de novembro de 1885 |
Sucedido por Afonso XIII |
Precedido por Isabel |
Príncipe das Astúrias 28 de novembro de 1857 – 30 de setembro de 1868 |
Sucedido por Mercedes |
- Nascidos em 1857
- Mortos em 1885
- Monarcas da Espanha
- Monarcas católicos romanos
- Príncipes das Astúrias
- Casa de Bourbon
- Mortes por tuberculose na Espanha
- Governantes que tomaram o poder por golpe de Estado
- Monarcas da Casa de Bourbon
- Cavaleiros da Ordem da Jarreteira
- Mestres da Ordem de Santiago
- Mortes por tuberculose no século XIX