DIAS GOMES

Baiano de Salvador, Alfredo de Freitas Dias Gomes nasceu em 19 de outubro de 1922. Antes de enveredar para o universo da telenovela (onde já atuava sua mulher Janete Clair), Dias já tinha notoriedade como autor teatral e projeção internacional graças à sua peça O Pagador de Promessas.

Sua primeira experiência com telenovela se deu por influência de Janete Clair, e também por não conseguir trabalhar por causa do Regime Militar: Dias, comunista assumido, não era bem visto pelos militares de então. Por isso, sua primeira novela - A Ponte dos Suspiros, em 1969 - ele assinou com um pseudônimo: Stela Calderón.

Após seus primeiros sucessos na TV (Verão Vermelho e Assim na Terra como no Céu, no início dos anos 70), tornou-se um dos maiores autores da telenovela brasileira. Com linha polêmica, criativa, conseguiu subverter a forma folhetinesca, desenvolvendo o drama sem os chavões tradicionais. São exemplos disso Bandeira Dois, O Bem Amado, O Espigão. Com Saramandaia de 1976 criou o realismo fantástico na telenovela.

Muito perseguido pela censura dos anos de arbítrio, conheceu um duro golpe ao ver sua novela Roque Santeiro impedida de ir ao ar em 1975. Por fim ela chegou aos lares brasileiros dez anos depois, tornando-se um dos maiores sucessos do gênero.

Imortal da Academia Brasileira de Letras, Dias Gomes morreu num acidente automobilístico em São Paulo em 18 de maio de 1999, com 76 anos. De seu casamento com Janete Clair - que durou mais de 30 anos - teve quatro filhos. Desde 1985, era casado com a atriz Bernadeth Lyzio, com quem teve duas filhas.