Revolução Comercial
A Revolução Comercial consistiu na criação de uma economia europeia baseada no comércio, que começou no século XI e durou até ser sucedida pela Revolução Industrial em meados do XVIII. Começando com as Cruzadas, os europeus redescobriram especiarias, sedas e outras mercadorias raras na Europa. Esse desenvolvimento criou um novo desejo de comércio, e o comércio se expandiu na segunda metade da Idade Média (aproximadamente 1000 a 1500). Estados europeus recém-formados, através de viagens de descoberta, procuravam rotas comerciais alternativas nos séculos XV e XVI, o que permitia às potências europeias construir vastas e novas redes de comércio internacional. As nações também buscaram novas fontes de riqueza e praticaram o mercantilismo e o colonialismo. A Revolução Comercial é marcada pelo aumento do comércio em geral e pelo crescimento dos serviços financeiros, como bancos, seguros e investimentos.
Origens
editarO termo foi usado por Karl Polanyi em seu A Grande Transformação: "Politicamente, o Estado centralizado foi uma nova criação provocada pela Revolução Comercial (...)".[1] Mais tarde, o historiador econômico Roberto Sabatino Lopez[2] usou-o para desviar o foco da Revolução Industrial Inglesa.[3] Em seu livro mais conhecido, The Commercial Revolution of the Middle Ages (1971, com inúmeras reimpressões), Lopez argumentou que a principal contribuição do período medieval à história europeia foi a criação de uma economia comercial entre os séculos XI e XIV centrada inicialmente no Mediterrâneo oriental ítalo-bizantino, mas eventualmente se estendendo às cidades-estado italianas e ao resto da Europa. Esse tipo de economia durou aproximadamente do século XIV ao XVIII.[4] Walt Whitman Rostow colocou o início "arbitrariamente" em 1488, ano em que o primeiro europeu navegou ao redor do Cabo da Boa Esperança.[5] A maioria dos historiadores, incluindo estudiosos como Robert Sabatino Lopez, Angeliki Laiou, Irving W. Raymond e Peter Spufford indicam que houve uma revolução comercial dos séculos XI a XIII, ou que começou neste ponto, e não mais tarde.[6][7][8][9]
Referências
- ↑ Polanyi, Karl (2001) [1944]. The Great Transformation: The Political and Economic Origins of Our Time. Boston: Beacon Press. p. 69. ISBN 978-0-8070-5643-1
- ↑ Robert Lopez (1976). The Commercial Revolution of the Middle Ages. Nova Iorque: Cambridge University Press. pp. 56–147
- ↑ Ejvind Damsgaard Hansen (2001). European Economic History. [Copenhagen]: Copenhagen Business School Press. p. 47. ISBN 87-630-0017-2
- ↑ O'Connor, David Kevin (2004). The basics of economics. Westport, Conn.: Greenwood Press. p. 48. ISBN 978-0-313-32520-5
- ↑ Rostow, Walt Whitman (1975). How it all began : origins of the modern economy. Londres: Methuen. p. 107. ISBN 978-0-416-55930-9
- ↑ Spufford, Peter (1988). Money and its Use in Medieval Europe. Cambridge: Cambridge University Press. p. 240. ISBN 978-0-521-37590-0
- ↑ Lopez, Robert (1955). Medieval Trade in the Mediterranean World. Nova Iorque: Columbia University Press. pp. 9, 50, 69, passim. ISBN 978-0-231-12356-3
- ↑ Kathryn Reyerson (1999). "Commerce and Communications" in David Abulafia ed., The New Cambridge Medieval History, vol. 5. Cambridge: Cambridge University Press. pp. 50–1
- ↑ Angeliki Laiou (1997). "Byzantium and the Commercial Revolution" in G. Arnaldi ed., Europa medievale e mondo bizantino. Rome: Istituto Storico per il Medioevo, Studi Storici 40. pp. 239–53