Fred Hampton

ativista e revolucionário afro-americano (1948-1969)

Fred Hampton (Summit, 30 de agosto de 1948Chicago, 4 de dezembro de 1969) foi um ativista e revolucionário afro-americano Marxista-Leninista,[2][3] presidente da filial de Illinois do Partido dos Panteras Negras (BPP) e vice-presidente do BPP nacional. Hampton e o também Pantera Negra Mark Clark foram assassinados durante um batida feita por uma unidade tática da Procuradoria do Estado do Condado de Cook, em conjunto com o Departamento de Polícia de Chicago e o Gabinete Federal de Investigação em dezembro de 1969.[4]A operação que resultou nas mortes de Fred Hampton e Mark Clark fazia parte das ações coordenadas pelo COINTELPRO, programa clandestino do FBI de monitoramento a grupos radicais.[5]

Fred Hampton
Fred Hampton
Nome completo Fredrick Allen Hampton
Nascimento 30 de agosto de 1948
Summit, Illinois
Morte 4 de dezembro de 1969 (21 anos)
Chicago, Illinois
Causa da morte Morto por disparo de arma de fogo. O Júri decretou que foi homicídio justificável.[1]
Cidadania norte-americano
Etnia afro-americano
Cônjuge Deborah Johnson (também conhecida como Akua Njeri)
Filho(a)(s) Fred Hampton Jr.
Alma mater Triton College
Ocupação ativista, revolucionário
Período de atividade 1966–1969
Filiação Partido dos Panteras Negras

Em janeiro de 1970, um júri realizou um inquérito e determinou a morte de Hampton e Clark como homicídio justificável.[4] Porém, uma ação civil foi posteriormente movida em nome dos sobreviventes e dos parentes de Hampton e Clark, sendo resolvida em 1982 em um acordo de U$ 1,85 milhão com a Cidade de Chicago, o Condado de Cook e o governo federal cada um pagando um terço a um grupo de nove autores.[6]

Vida e juventude

editar

Hampton nasceu em 30 de agosto de 1948, na atual Summit, Illinois, e cresceu em Maywood, dois subúrbios de Chicago. Seus pais haviam se mudado para o norte da Louisiana, como parte da Grande Migração de Afro-Americanos no início do século XX para o sul. Os dois trabalharam na Argo Starch Company. Quando jovem, Hampton era talentoso tanto na sala de aula quanto no campo de atletismo, e desejava muito jogar no campo central do New York Yankees. Ele se formou com honra na Proviso East High School em 1966. Após sua graduação, Hampton se matriculou no Triton Junior College, nas proximidades de River Grove, Illinois, onde se formou em direito. Ele planejava se familiarizar com o sistema legal, usá-lo como defesa contra a polícia. Mais tarde, quando ele e seus colegas Panteras Negras seguiram a polícia em seu programa de supervisão comunitária, atentos à brutalidade policial, eles usaram seu conhecimento da lei como defesa.

Assassinato

editar

No dia 3 de dezembro de 1969, William O'Neal, um informante do FBI infiltrado no partido, drogou secretamente Hampton, colocando uma pílula para dormir em sua bebida. Pouco depois, os agentes da lei iniciaram uma batida matinal no apartamento de Hampton. Mesmo não possuindo mandado de prisão por porte de armas, eles entraram no apartamento com armas de fogo e logo iniciaram os disparos. Mark Clark, que estava guardando Hampton, foi morto no local. Hampton e sua noiva, Deborah Johnson (também chamada de Akua Njeri), estavam dormindo em seu quarto. Eles ficaram feridos, mas sobreviveram ao tiroteio. Quando um oficial percebeu que Hampton não havia sido morto, ele atirou duas vezes na cabeça do ativista. Johnson, que esperava um filho com Hampton, não foi morta.[7]

Os outros sete Panteras Negras presentes no apartamento foram acusados ​​de vários crimes graves, incluindo tentativa de assassinato, violência armada e várias acusações de armas. No entanto, quando uma investigação do Departamento de Justiça revelou que a polícia de Chicago havia disparado até 99 tiros e os Panthers dispararam apenas uma vez, as acusações foram retiradas.[8][9]

Referências

  1. United States District Court Northern District of Illinois Eastern Division (1 de junho de 1970). Report of the January 1970 Grand Jury (pdf) (Relatório). Washington, D.C.: U.S. Government Printing Office. pp. 53–58 
  2. Haas, Jeffrey (2010). The Assassination of Fred Hampton. [S.l.]: Lawrence Hill. p. 4. ISBN 9781569767092 
  3. Delphine (21 de janeiro de 2015). «Fred Hampton - It's A Class Struggle Goddammit!, November, 1969». www.lfks.net (em inglês). Consultado em 13 de fevereiro de 2021. Cópia arquivada em 12 de fevereiro de 2021 
  4. a b Dolan, Thomas J. (22 de janeiro de 1970). «Panther Inquest Backs Police» (PDF). Chicago Sun-Times. Chicago. p. 3. Consultado em 15 de outubro de 2015 
  5. «Programa secreto do FBI coordenou repressão política nos Estados Unidos». Opera Mundi. 9 de agosto de 2016. Consultado em 24 de fevereiro de 2021 
  6. Franklin, Tim; Crawford Jr., William B (2 de novembro de 1982). «County OKs Panther Death Settlements». Chicago Tribune. Consultado em 27 de julho de 2015 
  7. https://www.archives.gov/research/african-americans/individuals/fred-hampton
  8. https://operamundi.uol.com.br/historia/8010/hoje-na-historia-1969-panteras-negras-fred-hampton-e-mark-clark-sao-mortos-a-tiros
  9. https://revistaopera.com.br/2019/12/04/fred-hampton-um-visionario-negro-assassinado-pelo-fbi/
pFad - Phonifier reborn

Pfad - The Proxy pFad of © 2024 Garber Painting. All rights reserved.

Note: This service is not intended for secure transactions such as banking, social media, email, or purchasing. Use at your own risk. We assume no liability whatsoever for broken pages.


Alternative Proxies:

Alternative Proxy

pFad Proxy

pFad v3 Proxy

pFad v4 Proxy